Eva Pierrakos (2) - Preparação para a missão - 1947 a 1956

 

Eva Pierrakos Medium


Retomando a postagem anterior sobre Eva Pierrakos, vamos conhecer um pouco como foi o período em que ela se preparou para o cumprimento de sua missão de vida. Eva partiu do ponto de ser alguém completamente cética quanto à espiritualidade para se tornar uma médium treinada e emocionalmente capacitada para o que iria realizar alguns anos depois, no caso, a canalização de todo o conteúdo do Pathwork e a liderança da comunidade que se formaria em torno dela.

Eva voltou de Nova Iorque para Zurique, na Suíça, em 1946. Cerca de 4 anos depois, na véspera do ano novo de 1951, ela teve uma marcante experiência espiritual. Enquanto meditava em sua casa, sentada próximo a uma janela aberta, os sinos das igrejas de Zurique começaram a tocar em uníssono, tradição local para este período do ano. Imediatamente, sentiu uma presença muito forte da energia crística, como se o ambiente estivesse repleto de anjos. Tomada de emoção, Eva ficou de joelhos em reverência. Refletindo depois sobre o ocorrido, percebeu que deveria haver um significado espiritual para aquilo.

Pouco tempo depois, sua mãe e irmã a convidaram para participar de sessões mediúnicas com uma médium que conheciam, o que Eva aceitou com certo espírito de curiosidade e divertimento. Não demorou para Eva perceber que não deveria tratar o assunto como brincadeira. Segundo relata, algo dentro a dizia para ter uma perspectiva mais séria sobre a mediunidade. Tanto foi assim que começou a ler livros sobre fenômenos psíquicos e comunicação espiritual. Em certo momento, deu-se conta de que o conceito da reencarnação lhe fazia muito sentido. 

Nesta época, Eva estava em seu segundo relacionamento, com um príncipe russo chamado André. Não se casaram devido à dificuldade dele em conseguir o divórcio da ex-mulher. 

Um dia, em agosto de 1952, Eva estava sentada em uma mesa de sua casa em Zurique quando, de repente, sentiu as mãos muito pesadas até que elas começaram a se mover por si mesmas. Pegou lápis e papel e, pela primeira vez, teve a experiência da escrita automática. Ficou realmente fascinada pelo fenômeno. 

Buscou a médium que já vinha acompanhando e, juntas, começaram a se reunir 2 ou 3 vezes por semana para a educação de sua mediunidade. O período inicial foi de muitos testes. Várias entidades a acessavam, e entre elas algumas de nível espiritual muito baixo. Isso fazia parte do aprendizado de que deveria discernir entre a consciência de cada espírito, de que poderia haver problemas na comunicação, de que havia riscos no processo. Alguns espíritos mentiam, outros até necessitavam de ajuda. 

Pouco a pouco, percebeu que entre uma escrita e outra vinha uma comunicação de uma qualidade diferente, de um nível mais elevado, que lhe passava aconselhamento pessoal muito avançado. Ela achou isso fantástico. Não sabia ainda, mas já era o Guia se manifestando, conduzindo a sua preparação. 

A intensidade com que o processo acontecia, todavia, a fez querer desistir daquele caminho. Quando se decidiu por interromper, foi tomada por um sentimento ruim, como se tivesse sido assolada por uma escuridão, uma frieza na alma. Concluiu que esse sentimento era sinal de que havia tomado uma decisão bastante equivocada. 

Retomou o trabalho com sua mediunidade e, neste ponto, uma mensagem de mais alto calibre lhe diz: "Sim, você tem uma tarefa a cumprir". Anos depois, olhando em retrospecto, Eva intuiu que foi o Guia. Ela começa, então, a receber orientação sobre o trabalho pessoal que necessitava fazer consigo mesma. A entidade lhe ensina como identificar e enfrentar os seus problemas, como trabalhar consigo mesma no autoconhecimento, como fazer a revisão diária, por exemplo. 

No fim de 1952, Eva voltou a morar em Nova Iorque, dessa vez com seu segundo companheiro, o russo André (na primeira ida aos Estados Unidos, em 1941, ela estava casada com Hermann Broch). Eva queria retomar o estúdio de dança que teve durante sua primeira estada por lá. Posteriormente, reconheceu que suas idas e vindas entre Europa e Estados Unidos (entre 1954 e 1956 haveria outra mudança) representaram fases no seu processo de preparação, e que tudo foi conduzido a partir da esfera espiritual. 

A esta altura, radicada nos Estados Unidos, o Guia diz a Eva que ela deveria parar com a escrita automática e pelo próximo ano e meio se dedicar apenas ao processo de autoconhecimento e autotransformação. O canal espiritual com o Guia já estava mais bem estabelecido e funcionaria somente com este intuito, mostrando a ela tudo o que deveria saber sobre si mesma. Orientou, inclusive, que ela não deveria trabalhar neste período, mas ser sustentada pelo parceiro. Assim foi feito.

Parte importante deste trabalho foi atuar no inconsciente de Eva para que ela não bloqueasse a canalização e a transmissão do conhecimento. De início, Eva sentia descrença em relação a parte da informação que o Guia lhe trazia. O Processo de canalização demanda muita energia feminina, de abertura de espaço interno e acolhimento. Portanto, Eva precisava trabalhar em sua paciência, ampliar a aceitação e ceder no ímpeto de controle. 

Em 1954, seguindo uma mudança de trabalho de seu companheiro, Eva e André retornam à Europa. Em Zurique, Eva inicia uma nova etapa de sua preparação. Desta vez, foi orientada a trabalhar, regularmente, com uma médium diferente daquela que a orientou sobre o fenômeno da escrita automática. O foco agora era o transe mediúnico. Eva aprendeu a se entregar ao processo, a abstrair-se dos pensamentos, a deixar a mente completamente vazia. Este estágio durou outro ano e meio e, ao fim de 1956, Eva era capaz de atingir estados profundos de transe e relaxamento. 

O treinamento no fenômeno da canalização permitiu que o Guia assumisse o aparelho fonador de Eva. Por outro lado, o trabalho de autopurificação que ela realizou possibilitou um crescente alinhamento dela com o Guia e a identificação dele em meio a possíveis outras entidades que se manifestavam durante sua preparação.

O Guia, nesse momento, pede que ela retorne para Nova Iorque e que lá seria formado um grupo de pessoas em torno dela. Estas pessoas viriam a ela gradualmente e, uma vez estabelecido este núcleo, a acompanhariam na tarefa que ela fora preparada para cumprir. Eva não fazia ideia da grandeza do que viria pela frente. 

Eva estava, enfim, pronta para iniciar o cumprimento de sua missão. 

Na próxima postagem, trataremos dos próximos 22 anos da vida de Eva Pierrakos.

Muita paz. 


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Algumas referências para este artigo:

1) Fundação Internacional de Pathwork. For Eva - A Memorial by and for the Pathwork Community. Original em inglês, não editado para venda. 

2) SALY, Alan. Who Was Eva Pierrakos. Youtube, 02/06/2018. 1h18min. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Bq0atc1t2So, acesso em jan/24.





















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