A Prática do Pathwork (2) - O que é e o que não é

 
O Guia do Pathwork nos entregou a primeira palestra, por meio da mediunidade de Eva Pierrakos, em 11/03/1957. A partir daí, as palestras subsequentes foram transmitidas aproximadamente uma vez por mês. Aquele grupo pioneiro recebia gradativamente conceitos sobre a realidade da vida, a estrutura da psique humana, cosmologia espiritual, ferramentas para autoconhecimento e muito mais.

Simultaneamente à absorção desse conhecimento espiritual único, essas pessoas embarcaram em um extenso período de práticas que as levaram a um profundo autoconhecimento. Elas vivenciaram o método Pathwork na prática, aplicando em si as ferramentas recomendadas pelo Guia, e tendo o tempo suficiente para experimentar pessoalmente seus efeitos. Ao longo dos anos, elas foram capazes de confirmar internamente o que anteriormente era apenas um conceito racional, sentindo, mais do que compreendendo, a dinâmica do processo pessoal*. 

Demorou quinze anos e meio até que, em 20/10/1972, o Guia transmitisse a palestra 204, com o sugestivo nome de O que é o Caminho?. Em nossa lógica comum, poderíamos esperar que esta fosse a primeira palestra. No entanto, o Guia seguiu uma abordagem diferente, provavelmente porque o Pathwork seja mais do que um corpo admirável de conhecimento espiritual; é principalmente um método prático que, quando incorporado à vida cotidiana, promove uma transformação gradual e contínua do ser.

Por isso, quando o Guia se propôs a definir mais objetivamente o que o Pathwork é e o que não é, aqueles pioneiros, no nível dos sentimentos, em grande parte já sabiam; o Guia apenas vestiu em palavras a percepção que eles construíram por si em decorrência da realização do trabalho proposto no decorrer daqueles anos. 

Método Pathwork
Pathwork: método prático e multidimensional

Convém sintetizar como o Guia definiu o Pathwork no momento em que cerca de 80% deste conhecimento já havia sido transmitido. Comecemos por aquilo que o Pathwork não é.

O Pathwork não é psicoterapia, pois busca ir muito além dela. O que a psicoterapia entende como seu limite, ou seja, olhar para as irrealidades, destrutividade, defesas, emoções negativas internas para, eventualmente, “solucioná-las”, é apenas a primeira etapa do Pathwork. É a partir desse ponto que o Pathwork, de fato, começa e segue para a segunda etapa: ativar a consciência maior que reside em cada ser humano.

O Pathwork também não é uma prática espiritual que vise alcançar níveis de consciência espiritual mais elevados. Muitos são os métodos que têm este exclusivo objetivo de realizar o self espiritual ao custo da negligência no enfrentamento das obstruções da personalidade egóica. Embora certas experiências místicas alcançadas dessa maneira sejam inquestionáveis, elas não se sustentam no tempo e nem têm, fundamentalmente, valor espiritual significativo. Esses métodos comumente se tornam uma fuga – mesmo que inconsciente – para muitas pessoas, que rechaçam qualquer chamado interno para o autoenfrentamento de suas partes problemáticas. Dessa forma, o Pathwork não é um caminho para quem entende por prática espiritual somente meditar e buscar alcançar estados alterados de consciência e de experiência cósmica.

E o que É o Pathwork? 

Paradoxalmente, e ressignificando as afirmações mostradas acima sobre o que o Pathwork não é, o Guia diz que, se colocado na perspectiva correta, este método é também psicoterapia e caminho espiritual. O Pathwork é um caminho pragmático, que inclui e integra a parte prática da vida. Entende que espiritualidade desconectada da vida prática do dia a dia é uma falsa espiritualidade, e até uma evasão da realidade. E o Pathwork faz isso por meio do reconhecimento de cada distorção presente nos nossos padrões de pensamento, sentimento e vontade, pois estes são potentes agentes criadores.

Este caminho ensina que nenhum sentimento ou medo deve ser evitado e que o contato com aquilo que nos dá mais medo é um portal que se atravessa e que libera, para a criação positiva, energia e consciência que antes estavam congeladas na negatividade. Ampliamos nossa capacidade de sentir prazer à medida que nos abrimos para acessar a dor. Com a sempre possível reconversão da energia e consciência negativamente aprisionadas para sua expressão original, livre e positiva, a criação negativa do presente pode ser gradativamente transformada numa criação pessoal conscientemente bela e positiva. Esta é a essência do Pathwork.

Por fim, o Guia deixa claro - não só na 204, mas em diversas palestras - que a mera assimilação intelectual do material não faz o Caminho; não faz o leitor das palestras dar um passo na transformação de seu campo emocional e inconsciente. É fundamental entender que o Pathwork precisa ser colocado em prática no dia a dia, por meio de diversas práticas sugeridas pelo Guia e que nos propomos a abordar neste blog, inclusive citando trechos em que o Guia joga luz acerca de cada sugestão de atividade para o processo de autoconhecimento e autotransformação. O Guia não diz apenas o que é o Pathwork, mas como deve ser o trabalho pessoal. 

Neste blog, vamos explorar, ora em linhas gerais ora em detalhes, como os praticantes do Pathwork, desde Eva e o grupo pioneiro até os dias atuais, têm vivenciado o Caminho e as diversas possibilidades e dimensões dessa prática.


Muita Paz.


* Artigo sobre o recebimento do Pathwork por Eva Pierrakos e grupo de pioneiros:


Artigos sobre o método Pathwork:

A Prática do Pathwork (3) - As Dimensões do Caminho (umajornadadepathwork.blogspot.com)

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