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O Inventário Pessoal (4) - Entrevista com pessoas próximas

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Todo o esforço no autoconhecimento se paga com um bônus muitíssimo generoso. A auto-observação constante amplia gradativamente nossa autoconsciência. É um processo que torna maior e mais nítido o mapa conhecido de quem somos  ―   nossa história, nossas correntes internas, defeitos e qualidades, motivações etc. Ainda assim, temos muitos pontos cegos sobre nós próprios. Mesmo aquelas correntes internas sobre as quais já nos debruçamos em observação e reflexão honestas podem deixar para trás lacunas despercebidas. Ampliamos, mas nossa autopercepção permanece, de alguma forma, limitada. Um método bastante eficaz para nos apropriamos destas lacunas de autoconhecimento é a realização de "entrevistas" com pessoas próximas. Costumamos subestimar o valor que o ponto de vista externo sobre nós pode nos trazer. Vamos usar uma metáfora para melhor explicar a situação. Imagine que você seja um aventureiro desbravando um enorme e profundo vale, cortado por um rio e repleto de mata fechada.

O Inventário Pessoal (3) - A lista de defeitos e qualidades

  A próxima sugestão de autoestudo em seu inventário pessoal é fazer duas listas distintas, relacionando todos os defeitos e qualidades que você reconhece em si mesmo.  Tome seu tempo para isso e tente abranger,  ao mesmo tempo,  toda a extensão de defeitos e qualidades que puder caracterizar e ser específico na descrição de cada um deles. Sobre o conhecimento de nossas qualidades e defeitos, o Guia diz: " Vocês todos sabem que é de importância imperativa obter autoconhecimento. Agora, como isso pode ser feito? O primeiro passo será, logicamente, pensar tão objetivamente quanto vocês forem capazes sobre sua própria pessoa ― todas as suas boas qualidades e todos os seus defeitos. Escrevam uma lista, como aconselho frequentemente, porque o ato de escrever os ajuda a se concentrar sobre e sintetizar aquilo que vocês tiverem descoberto até o momento, além de evitar que esse conhecimento lhes escape das mãos. As palavras escritas, o preto no branco, poderão jogar luz sobre o se

O Inventário Pessoal (2) - A autobiografia

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Uma excelente sugestão para iniciar o seu Inventário Pessoal é escrever uma autobiografia.  A autobiografia, tal como descreveremos a seguir, é uma ferramenta poderosa para o pathworker . Por essa razão, é atividade solicitada já para o primeiro módulo do Programa Pathwork de Transformação Pessoal, etapa Facilitador (PPTP-I).   O investimento de tempo neste propósito tem um ótimo retorno para o trabalho de autoconhecimento e autotransformação. A ideia deste artigo é recomendar uma linha de conteúdo possível para a redação da autobiografia, de forma a possibilitar que informações, memórias, reflexões e conexões relevantes sobre a própria vida e personalidade sejam abordadas. Escrever sua autobiografia favorece a expansão da autoconsciência A autobiografia consiste em um relato, geralmente minucioso  ― o que pode significar  extenso  ― , para o qual nos valemos de nossa memória afetiva e capacidade de reflexão para trazer à luz da consciência, e numa perspectiva ao mesmo tempo ampla e pr

O Inventário Pessoal - O organizador do autoconhecimento

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A quarta dimensão da prática do Pathwork que abordaremos é o inventário pessoal . Ele se assemelha à prática da revisão diária, pois também é um autoestudo escrito sobre a própria personalidade, com o objetivo de expandir e aprofundar o autoconhecimento. No entanto, enquanto a revisão diária foca nas reações emocionais cotidianas, o inventário pessoal é um estudo direcionado a temas específicos de nossa personalidade e vida espiritual. Ou seja, o inventário não se detém nos eventos diários, mas busca discernir, contextualizar e registrar características e padrões internos relacionados às nossas distorções pessoais, como defeitos, medos, intencionalidades negativas e necessidades falsas. Essas duas práticas se complementam e se nutrem mutuamente, contribuindo para a construção de um retrato claro de quem somos. O inventário pessoal, em particular, atua como um organizador do nosso autoconhecimento. O objetivo deste artigo é esclarecer a importância do inventário pessoal no contexto do “

A Revisão Diária (5) - Higiene espiritual

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Na dimensão da Leitura das Palestras, aprendemos que devemos dedicar algum tempo, diariamente, ao estudo e assimilação de verdades espirituais, já que isso funciona como uma nutrição para o espírito. Assim como o corpo necessita do alimento, também nosso espírito precisa do "pão nosso de cada dia" para se manter nutrido, saciado. A palestra 16  ―  O alimento espiritual  ― esclarece sobre este conceito muito importante. Outra necessidade corporal básica que nós temos, aparte a alimentação adequada, é a higiene. Para além da sensação de bem-estar e conforto que a   higiene diária de nosso corpo nos traz , nós também necessitamos dela para manter a saúde geral e prevenir doenças. Com o nosso espírito, não é diferente. A higiene neste nível de ser representa o reconhecimento da verdade do momento, da percepção, sem subterfúgios, de quais são nossos sentimentos e pensamentos; e isto é exatamente o que a revisão diária nos proporciona. O sentimento de alívio e organização interna q

A Revisão Diária (4) - Os requisitos

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Vimos tratando  sobre a revisão diária  nesta série recente de artigos e já abordamos o respaldo científico do benefício de práticas similares a ela (journaling), no que ela se distingue e como realizá-la. Vamos colocar foco, neste momento, em dois atributos que constituem requisitos para um progredir exitoso nesta dimensão do Caminho, e por consequência, no processo de autotransformação como um todo. Correndo o risco de repetir conceitos anteriormente mencionados, ou implicitamente já compreendidos, é conveniente aprofundar um pouco mais no âmbito da atitude do pathworker em relação à revisão diária. É nosso anseio que o resultado do esforço despendido na revisão diária seja o melhor possível, o que pede uma consciência alinhada a algumas coisas muito fundamentais, como veremos. O primeiro requisito de que trataremos é o  compromisso. Sabemos que ele  é um atributo muito valioso para qualquer caminho espiritual e devemos entendê-lo como a resolução de ser perseverante com o propósit

A Revisão Diária (3) - E o Guia implorou

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  O nome “revisão diária” costuma suscitar resistências. Temos, em geral, dificuldade com qualquer coisa que remeta à ideia de “disciplina” ― outra palavrinha proibida para nosso eu inferior. A simples sugestão de uma prática que se propõe a ser “diária” e, sobretudo, que tem o objetivo de olhar com essa frequência sistemática para eventos desagradáveis de nossa vida cotidiana já levanta, para a maioria das pessoas, uma parede em sua motivação interna. Isso é compreensível. É da nossa natureza humana evitar voluntariamente olhar e lidar com aquilo que nos incomoda, tanto mais com uma regularidade tal que pode ser percebida em nosso campo emocional como uma  " ordem" ,  algo quase obrigatório, como se imposto de fora por uma autoridade desconhecida. Vê-se como a revisão diária pode, já de partida, tornar-se uma prática difícil de aceitar e incorporar à rotina pessoal. Mas não há ordem, nem uma autoridade externa a nos forçar a fazer qualquer coisa. O Guia do Pathwork, eventua