O Grupo de Estudo - A jornada é solitária, não sozinha

A participação em um grupo de estudo de Pathwork representa a segunda dimensão do "Pathwork na prática" que abordaremos. Geralmente, um novo aluno embarca neste Caminho do Pathwork por meio da entrada em um grupo de estudo ou pelo início de terapia pessoal com um helper. Alguns já chegam com alguma leitura prévia sobre o método ou até com o relato de realizar uma ou outra prática desta metodologia. No entanto, o Caminho do Pathwork necessariamente se inicia sob a supervisão de um profissional habilitado (facilitador ou helper de Pathwork), preferencialmente em um ambiente de comunidade, onde o iniciante caminhará ao lado de outros. Todo o esforço e conhecimento prévio são, obviamente, benéficos, mas a jornada no Pathwork começa em um destes dois marcos, para depois se ampliar e aprofundar ainda mais.

A terapia com um helper representa uma dimensão importante da prática do Pathwork e será discutida posteriormente. Neste ponto, é importante ressaltar algumas diferenças entre a terapia com um helper e a participação em um grupo de estudo, reconhecendo que também há um aspecto terapêutico neste último. A terapia com um helper é um processo terapêutico individualizado que permite uma compreensão mais profunda e detalhada das questões internas do aluno. É um espaço terapêutico exclusivo, composto apenas pelo helper e pelo aluno, e por isso geralmente tem um custo mais elevado do que a participação em um grupo de estudo de Pathwork. Embora tenham abordagens diferentes, a terapia individual é mais eficaz em proporcionar autoconhecimento. No entanto, como veremos, a participação em um grupo de estudo oferece aspectos valiosos que a terapia individual, por mais bem-sucedida que seja, não pode oferecer. Portanto, estas duas dimensões complementam-se muito bem.

Grupo de estudo de Pathwork: benefícios preciosos ao Caminho

O Grupo de Estudo proporciona alguns benefícios únicos que vão além da simples aquisição dos conceitos teóricos da metodologia, como o seu nome pode sugerir. O rico campo de relacionamento interpessoal, em um ambiente de apoio e segurança, com menos defesas e, sobretudo, supervisionado por um profissional, configura um aspecto insubstituível para a jornada de autoconhecimento.

A chegada e a adaptação a um grupo de Pathwork não seguem uma dinâmica padrão, pois dependem do nível de consciência e das experiências de vida de cada indivíduo. Para alguns, é um processo rápido e natural, enquanto para outros é permeado por receios e dúvidas. Cada pessoa traz sua própria combinação de confiança ou desconfiança, fé ou descrença, afinidade ou distanciamento em relação aos colegas, disposição para se revelar ou a tendência a manter segredos como defesa, além do conhecimento ou desconhecimento dos conceitos básicos do Pathwork. O fato é que ingressar em um grupo de Pathwork é o ponto de partida para uma experiência única de aprendizado.

 Uma vez, o Guia sugeriu aos membros da comunidade que se reunissem regularmente para discutir assuntos relacionados ao trabalho de cada um em seu caminho, e disse o seguinte:

“Isso porque é muito importante, por muitos motivos, não trabalhar completamente sozinho. Em primeiro lugar, existe uma lei espiritual, meus amigos: ser capaz de abrir-se, realmente abrir seu coração para outra pessoa, traz consigo uma ajuda espiritual que vocês não poderiam receber por si sós. Vocês veem, trata-se da lei da fraternidade. Porque aquele que está sempre sozinho, não obstante quão arduamente trabalhe, não obstante quão inteligentemente leia ou estude, não obstante quanta honestidade para consigo mesmo tente ter, acaba encerrado em um certo vácuo que impede o entendimento e a avaliação completa, que fluirá automaticamente para ele caso o conteúdo seja exposto às claras a outra alma. Permanecendo completamente sós, vocês violam a lei da fraternidade de uma maneira sutil”. Palestra 026 − Descobrindo seus defeitos −, pág. 06.

 Qualquer que seja o nível de consciência do novo pathworker, o grupo de estudo tem o poder de desencadear um rico processo pessoal que afetará todos os aspectos de sua vida: físico, mental, emocional e espiritual.

 A orientação de uma liderança experiente, a experiência da transferência (e contratransferência também), a aquisição gradual do conhecimento teórico da metodologia através do estudo e discussão das palestras, o acesso ao universo interno dos colegas, a experiência da própria revelação de questões pessoais, o afetar e ser afetado, o aprofundamento das amizades, os feedbacks, os insights, as vivências dentro e fora do grupo, os processos atravessados ― próprios ou dos outros ―, a sabedoria de vida construída coletivamente: tudo isso é nutrição indispensável para o caminho de autoenfrentamento, autoconhecimento e autotransformação proposto pelo Pathwork.

O caminho espiritual, seja qual for, tem um aspecto "solitário" do ponto de vista pessoal, mas não deve ser necessariamente um caminho "sozinho", de isolamento e evitação do contato com outras pessoas. É solitário porque a busca interna é única para cada um, algo intransferível, levando-nos a explorar um universo interno complexo e desconhecido até para nós mesmos. No entanto, a referência e a companhia daqueles que, metaforicamente, caminham ao nosso lado representam assistência, apoio, cumplicidade e diferentes perspectivas que fazem toda a diferença na dinâmica desta jornada. Portanto, é fundamental que o caminhar não seja “sozinho”.

 No Pathwork, em especial, esta é uma grande verdade. Um caminho que busca a integração do ser certamente não negligencia o relacionamento com os outros, mas o valoriza profundamente. Na jornada do Pathwork, o outro ― colegas de caminho ou não ― desempenha um papel fundamental em nosso processo pessoal de autotransformação.

 Aqueles que verdadeiramente se comprometem a praticar o Pathwork devem considerar a participação em um grupo de estudo. Tudo o que é vivenciado em um grupo de estudo de Pathwork acrescenta à jornada pessoal de autotransformação uma riqueza de experiências, amizades, feedbacks, orientações e trocas pessoais que não devem ser subestimadas. Por esse motivo, esses aspectos serão objeto de um exame mais detalhado nesta série de artigos.

Muita paz!

Artigos relacionados a este tema:

A Prática do Pathwork (3) - As Dimensões do Caminho (umajornadadepathwork.blogspot.com)

Eva Pierrakos (3) - O Recebimento do Pathwork - 1957 a 1979 (umajornadadepathwork.blogspot.com)

O Grupo de Estudo (2) - De novo, é mais do que apenas teoria (umajornadadepathwork.blogspot.com)

O Grupo de Estudo (3) - Como era no princípio, agora e sempre (umajornadadepathwork.blogspot.com)

O Grupo de Estudo (4) - O anseio por proximidade (umajornadadepathwork.blogspot.com)

O Grupo de Estudo (5) - Mirando o futuro (umajornadadepathwork.blogspot.com)

O Grupo de Estudo (6) - Os formatos (umajornadadepathwork.blogspot.com)