O Pathwork define o medo como um dos três grandes defeitos
da alma, junto ao orgulho e à obstinação (vontade do ego). Sobre os efeitos
do medo, o Guia faz, entre tantas outras, a seguinte afirmação:
“Não é somente aquilo que é comumente denominado uma falha que constitui um obstáculo para você e, portanto, direta ou indiretamente, faz mal aos outros, mas também seus medos, que geralmente não são considerados defeitos. Você não se dá conta de que eles causam um grande mal, não apenas em sua própria vida, mas também na dos outros. Seus medos também ocultam sua luz de amor, compreensão e verdade. Por isso, não se trata apenas de uma questão de superar suas fraquezas de caráter. É de igual importância superar seus próprios medos. E, enquanto houver medo em seu coração, você fará mal a outras pessoas.” Palestra 026 − Descobrindo os próprios defeitos −, pág. 04.
É fácil supor o quanto discernir a natureza de nossos medos e buscar, eventualmente, superá-los é um objetivo central do nosso trabalho neste Caminho. O amadurecimento psicológico e espiritual pressupõe que se logre um progresso considerável neste campo emocional onde nossos medos atuam.
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Os medo precisam ser reconhecidos e enfrentados para serem superados |
Ao longo de todo o material canalizado, o Guia aborda extensivamente sobre a questão do medo e de seus desdobramentos em nossos relacionamentos e manifestações de vida. Há uma palestra em particular que trata deste assunto de maneira profunda e esclarecedora. Trata-se da palestra 130, cujo sugestivo nome no original em inglês é Finding true abundance by going through your fear, que em tradução livre significa algo como Encontre verdadeira abundância pelo atravessar de seus medos. Esse título resume magistralmente o espírito da coisa. Na versão em português, esta palestra se chama Abundância versus Aceitação.
O trabalho com nossos medos se inicia com uma compreensão racional de suas origens, escopo, abrangência e consequências, e segue para um gradual processamento emocional deles em nosso trabalho no Caminho por meio da observação diária de sua expressão, do enfrentamento, do sentir e ressignificar dos medos em terapia, meditação e vivências, se for o caso.
No âmbito do Inventário Pessoal, é dessa primeira etapa que estamos tratando. Refletir e escrever sobre nossos medos aprofunda o autoconhecimento. Embora isso ainda não seja a solução do sintoma, esta visão ampla já tira um pouco da carga emocional que os medos nos causam, e nos dá mais força e confiança para perseverar.
Ademais, quando analisamos as origens de nossos medos, certamente identificaremos imagens (crenças errôneas e limitantes) sobre nós mesmos ou sobre a natureza das pessoas e da vida, o que abrirá um novo e profícuo campo de trabalho para nós. O trabalho com as imagens será tratado nesta série de artigos sobre o Inventário Pessoal.
Portanto, qual é a proposta agora?
Faça uma lista relacionando todos os medos que você puder
identificar em você e descreva como cada um deles se expressa em seus
pensamentos e sentimentos. Tente discernir do que o medo supostamente te
defende, que correntes estão por trás dele ou o que aconteceria contigo se o
pior cenário acontecesse ― a manifestação concreta do fato temido. Importante também considerar quais são as consequências negativas para você e para seus relacionamentos decorrente da expressão de cada um de seus medos.
Tenho certeza de que será uma investigação muito rica. Valerá a pena todo o esforço feito e sua alma te agradecerá por isso.
Muita Paz!
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